domingo, 24 de março de 2013

Cartas







Prezados senhores,

[...] Sabendo-se que a meteorologia estuda os meteoros (manifestações atmosféricas como vento, chuva, neve, arco-íris, granizo etc.), como meteorito pode ser o diminutivo (ou fragmento) dos mesmos? Sendo os meteoros fenômenos observados na atmosfera, como poderia haver tal espécime, fugaz por natureza, permanentemente exposto no Museu Nacional?

Nada disso. O mesmo corpo celeste recebe vários nomes, cada qual marcando uma fase de sua existência [...]: “Meteoróides enquanto estão no espaço, meteoros quando entram na atmosfera terrestre, e meteoritos quando atingem a superfície da Terra” (ASIMOV, Coleção Fronteiras do Universo, p. 20). Possivelmente chegam do espaço interplanetário de Marte e Júpiter, mais precisamente do Cinturão de Asteróides (asteróides são meteoróides com mais de 1,5 km). Também podem ser “remanescentes de cometas” (Cosmos, pág. 78).

Com base nisso, podemos concluir que, diferentemente do que os senhores ensinaram, 1- os meteoritos não só atingem a superfície do planeta como só podem ser assim denominados nesse estágio, 2- meteoritos não são “pequenos meteoros” e 3- o Bendegó, que vocês chamam de meteoro, na verdade é um meteorito, apesar de seu grande porte. Só foi um meteoro enquanto (em data desconhecida, anterior a 1784, ano em que uma criança o encontrou) permaneceu inflamado, transformado pelo atrito num corpo incandescente, riscando o céu com efêmero rastro de luz e poeira. Os pequenos meteoros são as estrelas cadentes, que os meios de desinformação dão como sinônimos de meteoritos, o equivalente a dizer que lagarta é sinônimo de borboleta. Segundo a Larousse, caem na Terra cerca de 10 mil toneladas desses bólidos extraterrestres (meteoritos, não meteoros) todos os anos, "cavando no solo crateras apreciáveis (Meteor Crater)".

[...]
Manoel Almeida - Patos de Minas MG

(23 de agosto de 2003 13:52)