sábado, 31 de maio de 2008

Televisão e insanidade coletiva


Sempre que se noticiam chacinas como as que ocorrem nos Estados Unidos, e agora num cinema de São Paulo, a imprensa dá espaço aos argumentos de quem gosta de atribuir à TV, e, de reboque, aos video-games e à internet, a responsa pela insanidade daqueles homicidas.

No caso do índio Galdino, em Brasília, houve quem dissesse que o ato daquela quadrilha de jovens atear fogo na vítima inconsciente após encharcá-la de combustível não passava de uma brincadeira que acabara mal. De que brincadeira estão falando? E novamente ouvimos que "a culpa é da televisão". E TEM GENTE QUE ACREDITA!
Pra tudo quanto-há eles vêm com essa conversa de que a TV é culpada pela violência. Como se antes da invenção da televisão ninguém cometesse semelhantes crimes! Livros e jornais não publicam as mesmas coisas que a televisão veicula, até com descrição mais detalhada? Por que ninguém diz que a culpa é dos livros ou dos jornais?

Os assassinos do pataxó tiveram a coragem de dizer que viram a tal “brincadeira” numa "Pegadinha do Faustão". Não que eu duvide da transmissão de demência parecida nessas aberrações de domingo, mas será que vendo na TV exemplos de um dalai-lama ou Madre Tereza esses moleques saem por aí fazendo caridade?

(Correio de Patos - maio de 2000)

Um comentário:

Nélio Lobo disse...

O filme exibido durante os disparos efetuados pelo ex-estudante de medicina (condenado a 120 anos de prisão) era o insano "Clube da Luta".